domingo, 29 de abril de 2012

O Poder da Vontade (Por: Leon Denis)


Querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a Lei divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste: “A fé transporta montanhas.”

Não é consolador e belo poder dizer: “Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade e agora conheço a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades; vencerei o mal em mim; desapegar-me- ei de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o vôo para os mundos felizes!”

Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de percorrer. Esse caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na estrada infinita, tenho um guia seguro – a compreensão da lei de vida, progresso e amor que rege todas as coisas; aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de todas as maravilhas do Cosmo.

Minha vontade chama-me: “Para frente, sempre para frente, cada vez mais conhecimento, mais vida, vida divina!” E com ela conquistarei a plenitude da existência, construirei para mim uma personalidade melhor, mais radiosa e amante. Saí para sempre do estado inferior do ser ignorante, inconsciente de seu valor e poder; afirmo-me na independência e dignidade de minha consciência e estendo a mão a todos os meus irmãos, dizendo- lhes:

Despertai de vosso pesado sono; rasgai o véu material que vos envolve, aprendei a conhecer-vos, a conhecer as potências de vossa alma e a utilizá-las. Todas as vozes da Natureza, todas as vozes do espaço vos bradam: “Levantai-vos e marchai! Apressai- vos para a conquista de vossos destinos!”

A todos vós que vergais ao peso da vida, que, julgando-vos sós e fracos, vos entregais à tristeza, ao desespero, ou que aspirais ao nada, venho dizer: “O nada não existe; a morte é um novo nascimento, um encaminhar para novas tarefas, novos trabalhos, novas colheitas; a vida é uma comunhão universal e eterna que liga Deus a todos os seus filhos.”


A vós todos, que vos credes gastos pelos sofrimentos e decepções, pobres seres aflitos, corações que o vento áspero das provações secou; Espíritos esmagados, dilacerados pela roda de ferro da adversidade, venho dizer-vos:

Não há alma que não possa renascer, fazendo brotar novas florescências. Basta-vos querer para sentirdes o despertar em vós de forças desconhecidas. Crede em vós, em vosso rejuvenescimento em novas vidas; crede em vossos destinos imortais. Crede em Deus, Sol dos sóis, foco imenso, do qual brilha em vós uma centelha, que se pode converter em chama ardente e generosa!

Sabei que todo homem pode ser bom e feliz; para vir a sê-lo basta que o queira com energia e constância. A concepção mental do ser, elaborada na obscuridade das existências dolorosas, preparada pela vagarosa evolução das idades, expandir-se-á à luz das vidas superiores e todos conquistarão a magnífica individualidade que lhes está reservada.

Dirigi incessantemente vosso pensamento para esta verdade: podeis vir a ser o que quiserdes. E sabei querer ser cada vez maiores e melhores. Tal é a noção do progresso eterno e o meio de realizá-lo; tal é o segredo da força mental, da qual emanam todas as forças magnéticas e físicas. Quando tiverdes conquistado esse domínio sobre vós mesmos, não mais tereis que temer os retardamentos nem as quedas, nem as doenças, nem a morte; tereis feito de vosso “eu” inferior e frágil uma alta e poderosa individualidade!

OBS: DESCONHEÇO OS DADOS BIBLIOGRÁFICOS, TEXTO REPRODUZIDO DO SITE: http://www.oespiritismo.com.br

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Os remos Acreditar e Agir


Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte.
A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era o barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho.
O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo.
Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra ACREDITAR e no outro a palavra AGIR.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito ACREDITAR, e remou com toda força. O barco então, começou a dar voltas, sem sair do lugar em que estava.
Em seguida, pegou o remo em que estava escrito AGIR e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentidos opostos, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.

Então, o barqueiro disse ao viajante:

Este barco pode ser chamado de AUTOCONFIANÇA. E a margem é a meta que desejamos atingir. Para que o barco navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo, e com a mesma intensidade: ACREDITAR e AGIR.
Não basta apenas Acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos. É preciso também Agir, para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.
Acreditar e Agir. Impulsionar os remos com força e vontade, superando as ondas e os vendavais e, não esquecer que por vezes, é preciso remar contra a maré.

Autor desconhecido

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sigilo é Silêncio; Silêncio é Sucesso!


"O Todo é mente, o universo é mental" - O Caibalion

No mundo inteiro há milhares de pessoas que buscam a verdade e se esforçam por compreender as leis que regulam a vida em geral. Elas vagueiam de seita a seita, de religião a religião, de culto a culto, jamais encontrando respostas satisfatórias ao que buscam. Nessa busca da verdade, muitas pessoas ficam tão enredadas no labirinto das complexidades exteriores, que não se permitem ouvir e compreender as simplicidades interiores. Elas buscam por toda parte, esperando encontrar fora as respostas que devem provir de dentro, da silenciosa voz do Eu interior, a verdade que existe em todo homem e toda mulher, o seu Eu superior.
O Eu interior tudo conquista se tem a necessária oportunidade; ele se projeta ao espaço cósmico e tem acesso às forças espirituais mais sutis; ele encontra força no amor; tudo conhece, nele se revela o segredo da criação, pois o utiliza em todas as oportunidades que lhe damos. Além disso, nada existe no mundo físico que não tenha sido criado, antes, no mental. Um simples objeto, antes de existir fisicamente, foi concebido mentalmente por alguém.
A chamada mente do homem, isto é, a mente exterior, objetiva, é limitada em si mesma, porque só a divina mente interior, a mente de Deus no homem, cria e manifesta todas as coisas.
Só a mente divina, a mente cósmica universal, possui toda a verdade e toda a lei de um grande poder denominado sigilo, esse poder irradia Luz através do homem interior e imortal. O grande, místico e mágico poder do sigilo sempre está presente no interior de cada um de nós. Trata-se de um poder que, se conhecido e praticado, muda toda a vida de uma pessoa e das condições que a cercam, inclusive seu progresso material e espiritual. A prática deste poder está, nesse momento, disponível para ser aplicada em nossa vida diária: é a magia do silêncio.
É pela atividade mental que sabemos que vivemos. É pela mesma atividade mental que concebemos idéias, fazemos planos e decidimos como realizá-los. Colocar em ação nossas idéias e nossos planos resultará em sucesso ou em fracasso. O resultado sempre será o sucesso se permitirmos que o Eu interior dirija o processo criativo e trabalhe sem interferências, pois só ele tem a real capacidade de criar. Mas, para se fazer ouvir, o Eu interior necessita que o homem exterior se mantenha em silêncio. É através da introspecção, do recolhimento, da meditação, que o Eu interior se manifesta mais claramente, enviando impulsos e sugestões à nossa mente objetiva.
Há, entretanto, um imenso número de pessoas com grande dificuldade em ouvir sua voz interior e em reconhecer as sugestões do Eu superior, confundindo-as com as da mente objetiva. O que, de prático, podem fazer essas pessoas para obter sucesso em seus objetivos? A resposta já foi dada: manter sigilo.
Devemos manter sigilo quanto às coisas que pretendemos realizar, pois é só desse modo que acumularemos energia mental suficiente para nos levar aos nossos objetivos com sucesso. Não devemos falar a ninguém, só a nós mesmos, pois no próprio ato de revelarmos nossos planos a outrem, gastamos improdutivamente a energia mental necessária a realizá-los. Sigilo, neste caso, significa a conservação da energia mental necessária à realização dos nossos planos.
O poder criativo no homem pode ser comparado ao processo de geração e conservação de energia elétrica. Para tal, precisamos de um motor, de um gerador e de um acumulador para conservarmos a energia gerada. A mente objetiva é o gerador. A mente interior é a força por trás desse gerador, a força que a põe em movimento. O acumulador de energia enche-se, assim, de energia mental, que se manifesta e é lançada através da Vontade. Decidindo manter sigilosos seus planos e ações, "O homem que faz sua verdadeira vontade tem a inércia do universo para ajuda-lo." (Magick in Theory and Practice)
Falar sobre nossos planos com outras pessoas é desperdiçar a energia gerada e acumulada pelo nosso processo criativo.
O sigilo, combinado com uma dose normal de trabalho, inteligência, conhecimento e sugestões do Eu interior (na condição que é fundamental que nossa Vontade não fique na superfície de nossas consciências, isto é, sendo recordado constantemente à nós mesmos; o ato de sigilar é a ação de afunda-lo nas profundezas de nossos subconscientes - esquecendo-a e confiando que nossa Verdadeira Vontade acontecerá; pois, "Um homem cujo desejo consciente disputa com a sua Verdadeira Vontade está desperdiçando suas forças. Ele não pode esperar influenciar o seu ambiente com eficiência." [M. in T.P]  só assim o sucesso em nossos empreendimentos materiais e espirituais serão de fato realidades.
Sigilo exige silêncio, pois no silêncio nos chegam as maiores dádivas. No silêncio, podemos comungar com nosso Eu interior e receber instruções. O silêncio nos leva à harmonização com as energias espirituais mais refinadas. O silêncio nos dá força, coragem e confiança; ele obriga o eu exterior a cooperar com o Eu interior, a cooperar com a divina mente criativa presente em todos nós.

O silêncio é mágico!!!

"A vida não dá nem empresta, não se comove e nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos." (Albert Einstein)


domingo, 8 de abril de 2012

Não espere pelo Epitáfio

Há dezenas de mitos e histórias com a finalidade de exaltar a preferência do caminho do meio; o que não se deve esquecer é que esse caminho pode também ser o da mediocridade

Há uma frase que é sempre proferida, quase beirando um chavão, quando, em determinadas circunstâncias, se deseja cobrar de alguém uma postura direta, uma posição explícita ou, até, uma atitude clara: Deus vomitará os mornos! Essa ameaça vale também quando se quer amedrontar aqueles ou aquelas que seguem pela vida afora sem nunca se aproximar minimamente dos extremos, ficando sempre no ansiado ou proclamado como seguro “caminho do meio”, evitando-se, assim, qualquer risco de transbordamento ou ruptura da prudência.

Deus vomitará os mornos! Está lá no Apocalipse (último livro da Bíblia dos cristãos), capítulo 3, versículos 15 e 16: “Conheço tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca”.

Essa admoestação colide frontalmente com um dos pilares da moral greco-romana desde a Antiguidade e que impregna com intensidade a moral do cotidiano: a virtude está no meio. Tal princípio, nascido como teoria completa no século 4º a.C., a partir da obra “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles, anuncia, três séculos após, um ideal de moderação e uma referência de tranquilidade expressos por um relato da mitologia trazido nas “Metamorfoses”, do poeta latino Ovídio. Conta ele que Hélios (o Sol) tivera um filho, Faêton, com Climene, mas não acolheu a criança; quando Faêton cresceu, foi em busca do reconhecimento do pai, que, tendo-o aceito, ofereceu como presente qualquer coisa que o rapaz desejasse. O pedido do jovem foi poder guiar o carro de Hélios, que antes o advertiu com a obrigação de manter-se equidistante do céu e da terra, dizendo-lhe que “pelo meio irás com a máxima segurança”. Como o filho não o atendeu, desequilibrando e desviando o Sol, Zeus interveio e liquidou Faêton com um raio.
Ora, há dezenas de mitos, fábulas e histórias com a finalidade de exaltar a exclusividade e preferência do caminho do meio; o que não se deve esquecer é que esse caminho pode também ser o da mediocridade. Em nome da sobriedade, da prudência e do comedimento, o máximo que se obtém em muitas situações é a mornidão mediana, regrada e constantemente refreada.

                 

Nesse sentido, para não ser morno, é preciso ser radical. Cuidado! Em nosso vocabulário usual é feita uma oportunista confusão entre radical e sectário. Radical é aquele, como lembra a origem etimológica, que se firma nas raízes, isto é, que não tem convicções superficiais, meramente epidérmicas; radical é alguém que procura solidez nas posturas e decisões tomadas, não repousando na indefinição dissimulada e nas certezas medíocres. Por sua vez, o sectário é o que é parcial, intransigente, faccioso, ou seja, aquele que não é capaz de romper com seus próprios contornos e dirigir o olhar para outras possibilidades.

É preciso ter limites, mas estará o limite exatamente no meio? Não é necessário ir até os extremos, mas é essencial não ficar restrito ao confortável e letárgico centro. Muitas vezes, o meio pode ficar anódino, inodoro, insípido e incolor. Alguns desses desejos de romper fronteiras mornas só aparecem nos epitáfios, sempre em forma nostálgica e lamentadora de um “eu devia ter…”. Para além da mitologia grega, não é por acaso que outros Titãs têm sido tão festejados quando cantam de forma deliciosa e perturbadora (e muitos com eles): “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer; devia ter arriscado mais e até errado mais, ter feito o que eu queria fazer…”.
A sabedoria para equilibrar essas inquietações pode ser encontrada na reflexão feita no século 5º a.C. pelo filósofo chinês Confúcio: “Eu sei por que motivo o meio-termo não é seguido: o homem inteligente ultrapassa-o, o imbecil fica aquém”.

Radicalidade é uma virtude; o vício está na superficialidade.

Mário Sérgio Cortella