domingo, 8 de julho de 2012




ALEGRIA

Alegria como experiência de religiosidade é um valor que não tem
preço. Essa sensação da alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e
abranda o coração dos homens.

A maioria das pessoas tem uma visão distorcida da alegria, pois
a confunde com festas frívolas e divertimentos que provocam sensações
intensas, risos exagerados; enfim, satisfações puramente emocionais.
Aliás, não há nada de errado em ser jovial, bem-humorado,
festivo e risonho. Sentir as emoções terrenas inclui-se entre as
prerrogativas que o Criador destinou a suas criaturas. Vivenciar a
normalidade das sensações humanas é um processo natural estabelecido pelo
Mente Celestial.

Talvez as religiões fundamentalistas tenham mesclado as idéias
contidas nas palavras alegria e tentação. Na realidade, o Mestre ensinava a
seus seguidores que vivessem com alegria. "Eu vos digo isso para que a minha
alegria esteja em vós", diz Jesus, "e vossa alegria seja plena".
A verdadeira alegria está associada à entrega total da criatura
nas mãos da Divindade, ou mesmo a aceitação de que a Inteligência Celestial
a tudo provê e socorre.

É a confiança integral em que tudo está justo e certo e a
convicção ilimitada nos desígnios infalíveis da Providência Divina.
A palavra aleluia tem origem no hebreu "hallelu-yah" e
significa "louvai com júbilo o Senhor". Tem sido usada como cântico de
alegria ou de ação de graças pela liturgia de muitas religiões a fim de
glorificar a Deus. A designação "sábado de aleluia", utilizada pela Igreja
Católica, tem como fundamento a exaltação à alegria, visto que nesse dia se
comemora o reaparecimento de Jesus Cristo depois da crucificação.
Viver em estado de alegria é estar plenamente sintonizado com
nossa paternidade divina, através das mensagens silenciosas e sábias que a
Vida nos endereça.

A "entrega a Deus" é a base de toda a felicidade. No entanto, o
problema reside em algumas religiões que recomendam a "entrega" não a Deus,
mas a mandatários ou representantes "divinos", ou mesmo a congregações
doutrinárias que impõem obediência e subordinação a seus diretores.
Condutas semelhantes acontecem em seitas ou em grupos
dissidentes de uma religião, em que há uma entrega incondicional dos adeptos
ao líder religioso e que resulta, inicialmente, numa suposta sensação de
alegria e satisfação.

Na realidade, quando existe subordinação na nossa "entrega a
Deus", ela não pode ser considerada real, pois, mais cedo ou mais tarde, a
criatura vai notar que está encarcerada intimamente e que lhe falta a
verdadeira comunhão com o Criador.

Viver "em estado de graça" ou em "comunhão com Deus" é estar
perfeitamente harmonizados com nossa natureza espiritual. É a alegria de
repetir com Jesus Cristo: "Eu estou no Pai e o Pai está em mim".
A felicidade é um trabalho interior que quase nunca depende de
forças externas. Deus representa a base da alegria de viver, pois a
felicidade provém da habilidade de percebermos as "verdadeiras intenções" da
ação divina que habita em nós e do discernimento de que tudo o que existe no
Universo tem sua razão de ser.

O homem carrega na sua consciência a lei de Deus, afirmam os
Espíritos Superiores a Allan Kardec. "A lei natural é a lei de Deus e a
única verdadeira para a felicidade do homem. Ela lhe indica o que deve fazer
e o que não deve fazer, e ele não é infeliz, senão quando se afasta dela".
Alegria como experiência de religiosidade é um valor que não tem
preço. Essa sensação da alma, mais do que qualquer outra coisa, contagia e
abranda o coração dos homens.

"Ninguém fica feliz por decreto"; sente imensa satisfação apenas
quem está iluminado pela chama celeste. Rejubila-se realmente aquele que se
identificou com a Divindade e descobriu que "a lei natural é a lei de Deus e
a única verdadeira para a felicidade do homem".

A alegria espontânea realça a beleza e a naturalidade dos
comportamentos humanos. Cultivar o reino espiritual em nós facilita-nos a
aprendizagem de que a alegria real não é determinada por fatos ou forças
externas, mas se encontra no silêncio da própria alma, onde a inspiração
divina vibra incessantemente.








Do livro:  Os prazeres da alma, de Francisco do Espírito Santo Neto - por: HAMMED

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